0 Capítulo 8


Depois daquele final de semana na casa dos meus avós,os dia se passaram mais de pressa,ou isso era só impressão minha,não sei bem,talvez fosse mesmo somente impressão.
Eu ia para a escola com Brê e Mari,sentávamos agora sempre nos fundos da sala,e agora,até Brê parecia não querer ser notado.
Meu pai,quis que  mudássemos de escola,mais isso significava fazer novos amigos,mais pessoas interesseiras,e bom,abandonar minha melhor amiga,então eu disse que não precisava.
Brê também não se importou em continuar na mesma escola,e mamãe também aceitou nossa decisão,afinal,ela disse que já estáva na hora de fazermos nossa própria escolha.
-Nikki,você pode ir pra casa sozinha hoje?-Brê perguntou baixinho em eio á aula
-Claro,mais aonde você vai?-Sussurrei também
-Na casa da Mily,ela prometeu me dar aulas de moto-Ele sorriu animado
-Breno-Eu ia repreendê-lo
-Não se preocupe Nikki,não vou me suicidar-Ele riu-Além disso,acha mesmo que o Peter ia deixar que a Mily me matasse?-Ele sorriu-Relaxa,estarei em casa ás 18:00 sem falta.
Suspirei.
-Tudo bem,eu vou sozinha,já que a Mari nãi veio-Fiz biquinho
Ele me deu um beijo na bochecha.
-Prometo que irei te recompensar depois-Piscou
-Assim espero.

Brê saiu disparado depois da última aula,estava animado de mais com as 'aulas' de moto.
Me deu vontade de revirar os olhos só de pensar nisso...motos,parecia uma coisa tão ridícula...
Comecei a caminhar lentamente,estava me arrastando pelo percurso até em casa,sem Brê e Mari,parecia tão chato a curta caminhada.
Coloquei os fones de ouvido e comecei a escutar uma música eletrônica qualquer no volume máximo,quando vi um grupo de adolescentes fazendo uma pequena passeata.
Suspirei,e continuei andando longe do tumulto,faltava somente algumas ruas,repeti para mim mesma,e de repente tudo pareceu mudar.

Sem perceber,eu estava no meio do tumulto,estática,paralizada,sem saber para onde correr.
O protesto que começou na maior calma possível,agora parecia ter milhões de vandalos e loucos correndo e quebrando tudo ao redor.
Em alguns minutos,os policiais chegaram,partiram para o meio da galera,sem perguntarem quem era o culpado daquele alvoroço.
Eu não conseguia me mexer,somente movia os olhos e muito mal.
Vi quando um grupo tacou uma daquelas bombas caseiras nos policiais.
Tentei correr,mais minhas pernas não se moviam de maneira nenhuma.
Alguém me sacudiu,e eu continuei estática,até me sentir sendo carregada.

Ele me levou para trás de uma loja,ali,não havia ninguém,a não ser eu e ele.
Quando me pôs no chão,me sacudiu novamente,e perguntou alguma coisa,mas eu mal escutei,porque ainda estava com os fones no ouvido.
Por fim,consegui me mexer,e tirei os fones,olhando para ele,ainda nervosa.
-Nicole,você está bem?-Ele me olhou preocupado
Fiz que sim com a cabeça,e sem pensar,o abracei forte e deixei as lágrimas caírem.
Ele alisou meu cabelo,e esperou paciente,que a crise acabasse.
-Hey,já passou Borboleta.
Eu respirei fundo uma vez,e me afastei dele.
-Desculpe,mais se não fosse por você...-Estremeci com medo do que poderia ter acontecido.
-Está tudo bem-Ele alisou o meu rosto,limpando algumas lágrimas que caíram.-Você estava no protesto?-Ele perguntou depois de um momento.
-Não,estava voltando da escola,você estava lá?-Limpei o rosto com a ponta do casaco.
-Não,estava voltando pro condomínio quando te vi...
E de repente,nossos rostos estavam próximos de mais.
Pude sentir sua respiração,e o cheiro do seu hálito,com uma mistura de nicotina e menta misturados.
-Acho que já podemos ir pra casa-Ele quebrou o silêncio entre nós.
-E se...
-Eles não estarão lá Borboleta-Ele sorriu torto e tranquilizando,e alisou meu rosto novamente.
Fechei os olhos sentindo seu toque,e assenti.
-Tudo bem,vamos-Suspirei e peguei o celular,enquanto ele caminhava ao meu lado,com a mão nos meus ombros.
-Brê?
-Nikki,aconteceu alguma coisa?-Ele perguntou preocupado
-Na verdade,sim,mais olha,não volta pra casa sozinho está bem?
-Nicole,o que...?
-Eu explico quando você chegar,só não volta sozinho,por favor!
-Ni...-Eu desliguei na cara dele,não queria mais tocar no assunto.
-Irmão preocupado?-Rob perguntou
Eu ri.
-Somos assim um com o outro,acho que é coisa de gêmeos-Fiz piada,e só ai que fui perceber,já estávamos em frente a minha casa.
-Então,acho que essa é a minha deixa-Ele disse sem graça.
Eu não queria que ele fosse embora.
-Han..Você não quer ficar?Quer dizer,só até meu irmão chegar-Não sei da onde vinha essa coragem,mas eu não queria que ele se fosse.
Queria mais tempo com ele,talvez a eternidade.
-Não vai te criar problema?
-Não-Eu acho.
-Então,acho que posso ficar com você-Ele sorriu,aquele sorriso torto perfeito.
Peguei as chaves na mochila,e destranquei a porta,ele me seguiu.
Acabamos parando na sala,sentados.
Eu liguei a TV e deixei em um canal qualquer.
-Então,não está com fome?-Perguntei tentando quebrar o silêncio
-Hum,na verdade sim-Ele soltou uma risadinha
-Vou preparar alguma coisa pra gente-Eu fui me levantando
-De jeito nenhum!-Ele me prendeu pela cintura com um dos braços,e me forçou a sentar de volta no sofá.
De algum jeito,ficamos com o corpo colado um no outro.
Tanto a minha respiração,quanto a dele,pareceu ficar acelerada.
Minha boca pareceu ter vida própria,e se abriu um pouco,deixando que eu sentisse seu hálito de menta e cigarro misturados.
Ele ia me beijar,eu pudia sentir isso,e não queria me afastar,eu queria aquele beijo,mais do que qualquer outra coisa naquele momento.

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