0 Capítulo 22

Tomei banho,e fiz o resto de minha higiene matinal.
Coloquei um short jeans,moletom do Mickey,e calcei minhas pantufas,depois corri para o quarto do Brê.
Ele tinha acabado de sair do banho,pelo que parecia.
Seus cabelos estavam molhados,ele estava sem blusa,e com um short tactel preto.
-Me desculpa?-Pedi manhosa abraçando ele-Eu sei que você só queria me proteger ontem,não queria ter te ofendido maninho.-Olhei para ele.
Seu rosto estava sério.
-Tudo bem Nicole.
-Não,não está,você me chamou de Nicole.Breno!-Reclamei
-Eu fui te ajudar ontem a noite,e depois você grita comigo e ainda fala pra todo mundo que eu quase virei pó!-Ele riu indignado
-Desculpa,eu errei,me desculpa vai-Implorei,mas ele continuou sério.-Já sei!-Quase gritei,fazendo ele me encarar espantado,então,me ajoelhei no chão-Breno Bittencourt Santana,você me desculpa por eu ter gritado com você ontem?-Pedi
Ele gargalhou,e me ergueu do chão.
-Sua bobona,eu estava me perguntando quando você iria vir me pedir desculpas-Ele me abraçou rindo
-Idiota,quer dizer que você não estava bravo?-Perguntei me afastando dele
-Nem um pouco,só com raiva de ter que precisar de ajuda do seu namoradinho ontem.
-Ele não é meu namorado-Revirei os olhos
-AINDA-Ele riu
-É,ainda-Sorri
-Olha lá,Nicole tá apaixonada!-Ele debochou
-Como se você não estivesse cheio de amor pra dar pra minha melhor amiga!-Entrei na onda
Ele revirou os olhos.
-Então,vou na casa da Mari agora,prometi que ajudaria com a limpeza.
-Ha,eu vou com você...
-Acho melhor não,tem gente te esperando lá embaixo...
-Quem?-Perguntei curiosa
-Surprese!-Ele riu,me deu um beijo na bochecha e saiu disparado.
Fui atrás,mas só vi Breno saindo pela porta da sala.
-Nicole?-Mamãe apareceu
-Oi.
Ela não sorriu.
-Vem,seu pai quer falar contigo.
Fui com ela até a cozinha.
Papai estava sentado,seu café intocável.
-Pai?Bom dia-Sorri,mas como minha mãe,ele não me lançou um sorriso.
-Até quando você achou que esconderia esse namoro de mim Nicole?-Ele me encarou sério.
-O quê...?Namoro?Que...-Gaguejei
-Nicole,é melhor contar a verdade-Minha mãe suspirou
-A gente ainda estava no vai e vem,até nos acertarmos ontem pai.
-Nikki,ele é velho de...
-E daí?-Ergui as sobrancelhas e o encarei séria-Você e mamãe quando ficaram pela primeira vez,você não era velho pra ela?Não é até hoje?Então pronto!E bom,eu já tenho 17 anos,não sou mais uma bebêzinha pai!
Ele olhou para minha mãe,ela assentiu.
Ele pareceu pensar por alguns minutos.
-Eu juro,que se ele fizer qualquer merda que seja eu vou atrás dele até o inferno!
-Luan!-Minha mãe gritou
Sorri e peguei a mão dele.
-Obrigada.
-E pode mandar aquele retardado vir aqui falar comigo primeiro!
-Luan...ele já veio hoje de manhã-Mamãe riu
-ELE VEIO AQUI?-Perguntei sem acreditar
-Sim-Minha mãe riu-Pareceu mais ansioso que você.
Eu ri.
-Então,eu vou poder ir pro cinema hoje?
-Não!
-Sim!
Meu pai e minha mãe disseram juntos.
-Hoje não Nicole,no máximo um filme aqui em casa-Meu pai disse,voltando ao seu estado sério.
-Com você de vela assistindo?-Perguntei erguendo as sobrancelhas
-E qual o problema?Algo que vocês façam que eu não possa saber?-Ele questionou
-Luan,larga dessa,Nikki,vocês podem ir sim ao cinema-Minha mãe o advertiu.
Meu pai levantou da mesa,e saiu andando pela casa.
-É melhor eu ir falar com ele...
-Não,deixa que eu vou-Passei na frente da minha mãe,e encontrei meu pai sentado no sofá,encarando a TV,mas eu sabia que ele não prestava atenção em nada.

Eu sentei do seu lado me me aconcheguei em seu peito.
-Qual o problema?-Perguntei baixinho.
-Não quero te ver sofrendo de novo Nicole,e bom,perceber agora que você cresceu,que eu estou ficando velho...Ontem eu tinha conhecido sua mãe,e hoje,estou quase virando vovô-Ele riu sem ânimo.
-Pai,você ainda não é avô-Ri-Além disso,tem um monte de gente que te ama,e mesmo que você fique aqueles velhinhos malucos,eu vou continuar aqui do seu lado,sendo sua princesinha de sempre,não era isso que o senhor sempre me dizia?Então,eu cresci,mas aqui dentro-apontei pro seu coração e depois para o meu-Ainda sou aquela garotinha insegura.-Prendi o choro,odiava ser emocional igual minha mãe.
Mas dessa vez,papai também chorava.
Ele me abraçou forte por alguns minutos.
-Espero que dessa vez você não saia machucada.Robert é um cara bom,mas mesmo assim,você é minha filha!
Eu ri.
-Pai!
Ele ficou abraçado comigo me fazendo cafuné e murmurando alguma música desconhecida.
-Nicole,você ainda é virgem não é filha?Diz que é!-Ele perguntou desesperado do nada
Gargalhei,e passei do rosa para o bege.
-Nicole?-Ele perguntou desesperado
-Sim pai,eu sou ainda!Mais que assunto constrangedor!-Eu ri
-Que continue assim até os trinta!-Ele me abraçou novamente
Minha mãe sentou do outro lado dele rindo.
-Sabe que isso não vai acontecer não sabe Luan?-Ela riu
-Deixa eu ao menos sonhar com isso,por favor!
Nós duas rimos.

-
Naquela tarde,Robert apareceu para me buscar.
Fomos em seu carro para o cinema,que não ficava muito longe da minha casa.
Confesso que estranhei de mais meu pai ter aceitado esse namoro na boa,porém,deixei tudo de lado enquanto observava Robert dirigir.
Seu rosto estava sereno como um nunca havía visto,e seus olhos pareciam ter um brilho único,e eu sem querer,acabei me perguntando se algum dia havia vist aquile brilho nos olhos de Renato.
Uff!Eu quis bufar,mas me contive,e então me lembrei,aquele brilho nos olhos,eram os mesmos brilhos presentes nos olhos dos meus pais quando eles se olhavam.
Tive vontade de sorrir.
-Você está tão quieta-Ele disse de repente,me olhando de relance,e voltando os olhos para a estrada logo em seguida.
-Só estou te observando-Ri sem jeito,com toda certeza eu havia corado
Ele sorriu,e voltou a prestar atenção na estrada.
Chegamos ao shopping em poucos minutos,eu já ia descer do carro.
-Não,espera ai!-Ele disse com uma voz de urgência,desceu do carro e deu a volta,abrindo a porta do carro para mim e estendendo uma das mãos.
-Sério?-Ergui as sobrancelhas pegando sua mão
-Eu morei em Londres,lá as pessoas costumam ser românticas,e os caras cavalheiros-Ele deu aquele sorriso torto que eu amava-Nikki,respira-Ele riu
Revirei os olhos.
Ele trancou o carro e parou na minha frente.
-Posso?-Perguntou sem jeito
Longo entendi do que se tratava.
Assenti timidamente,então,ele pôs o braço envolta de minha cintura,e fomos caminhando em direção ao cinema.

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